quarta-feira, 22 de abril de 2009

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS...

...CORES!!!

Encontrei este artigo escrito por um amigo. Achei que tem tudo a ver com meu site e comigo!! hahahaha V iagens... cores... Aqui vai:

Mais cor em sua vida
Xavier Bartaburu

Se você tivesse nascido nas Ilhas Gregas (quem dera...), é bem provável que sua casa fosse toda branca, com portas e janelas pintadas de azul.
O branco, dizem, é para refletir o sol ardido do Mediterrâneo. O azul, para refletir os maus espíritos. Quem não conhece os famosos amuletos gregos para combater olho gordo? Pois é, são todos azuis. Com as casas tradicionais é a mesma coisa. Pelo fato de portas e janelas serem também as entradas para o que há de ruim, pintá-las de azul funciona como se fosse uma blindagem. No caso dos templos, proteção extra. Preste atenção em qualquer igreja grega: há sempre uma cúpula azul-celeste sobre ela. Aliás, você sabia que pessoas de olhos azuis são vistas com extrema desconfiança na Grécia? O azul também é fundamental na vida dos indianos. Em muitos vilarejos, é a cor preferida para pintar a fachada das casas. Azul é a pele de Vishnu, um dos deuses da santíssima trindade hindu, responsável por manter a ordem no universo. Sua natureza divina e infinita está representada pela tonalidade do céu. Por tabela, o azul acabou se tornando também a cor dos brâmanes, a casta mais alta na hierarquia social indiana. Como dizem que também é uma ótima cor para refrescar a casa e espantar mosquitos, o povo inteiro aderiu. Há uma cidade no norte, Jodhpur, toda pintada de azul. Se você fosse chinês, sua cor da sorte seria o vermelho, ligado à prosperidade e à proteção da casa. A crença tem raiz na mitologia. Conta a lenda: Nian é um monstro que, toda primavera, tem o hábito de levantar-se das profundezas e vir alimentar-se de carne humana. Como Nian odeia vermelho, essa é a cor usada para espantálo. E tome vermelho nas casas de toda a China, tanto na decoração do interior - tecidos, móveis, tapetes -, quanto na do lado de fora. Os chineses acreditam sem pestanejar que as portas vermelhas trazem a fartura a seus lares. É uma cor tão amada que há quem diga que, se a bandeira comunista fosse de outra cor, o comunismo não teria feito tanto sucesso no país de Mao. Na China, as cores são cheias de significado, e isso sempre é lembrado na hora de construir uma casa. O preto, por exemplo, está associado à água. É a cor favorita para bibliotecas, já que teoricamente ajudaria a prevenir os incêndios. O amarelo é a terra, o centro, e antigamente era também a cor do imperador. Para o povão, seu uso era expressamente proibido, e podia até ser punido com a morte. Durante a dinastia Ming, só aqueles relacionados ao imperador podiam ter casa com telhado amarelo. Hoje é uma das cores preferidas dos chineses, especialmente quando se quer obter um certo clima "imperial" em casa. O roxo, aliás, também foi proibido durante o Império Romano. Era uma cor rara, extraída da glândula de um certo molusco; mais de 10000 desses bichinhos eram sacrificados para extrair 1 grama de tintura. Como a púrpura era caríssima, só monarcas e aristocratas podiam dar-se ao luxo de ter cortinas e tapetes violeta em casa. Era a cor oficial dos césares. E, de certa forma, continua sendo: onde quer que esteja, o roxo exala um inegável ar de nobreza. Para os nômades das gélidas estepes da Mongólia, não há cor mais nobre que o branco. Eles vivem em enormes tendas circulares, as gher, cobertas de tecido de lã de ovelha, branco como a neve das montanhas ao redor. Tsagaan é a palavra que usam, tanto para "branco" quanto para "felicidade", e quanto mais tempo uma moradia mantiver sua alvura, mais afortunada ela será. Agora, veja só: na China, país vizinho, o branco é a cor da morte, do luto. Para você ver como tudo é questão de ponto de vista. E, claro, de gosto.


Xavier Bartaburu é jornalista, músico e viajante.

Matéria publicada na edição 165 (junho/2007) da ViverBem

VIAJANDO NUMA CAVALGADA DELICIOSA...

... EM TONS DE AZUL...




Paola de Lupa (Naomy Schölling) cavalgando no Poeta Soldado (Fred Steffen)


Adeus, ó, meu fogão! Adeus vida de cão!



Cypriano e Chan-ta-lan (2008)
De Luiz Antonio Martinez Correa e Analu Prestes
Dir. Marcelo Drummond
Teatro Oficina